Dia do Trabalho

 

 

 

     

Dia do Trabalho: comemore sim!
Nunca, na história, as pessoas tiveram tantas possibilidades para viver das suas competências

 

Pode parecer provocação o convite a comemorar o Dia do Trabalho no momento em que um em cada dez trabalhadores brasileiros não tem emprego, segundo o IBGE. Somente na Grande São Paulo, cerca de 1,7 milhão de pessoas estão desempregadas, pelas estatísticas do Dieese/Seade. Não são números para se festejar, mas para provocar mesmo uma reflexão sobre a oportunidade contida nesta crise.

Menos da metade da População Economicamente Ativa do País trabalha com carteira assinada – apenas 40% dos trabalhadores, de acordo com o IBGE. A maioria, no entanto, está sobrevivendo de alguma maneira e é aqui que reside nossa discussão.

A redução dos postos de trabalho formal é uma constante mundial e irreversível desde a última década. Mas o efeito desta onda não precisa ser, necessariamente, o aumento do subemprego ou da criminalidade. Muito pelo contrário: nunca na história, as pessoas tiveram tantas possibilidades para viver das suas competências.

A variedade de opções de trabalho começa pelas formas de vínculo com o contratante. O emprego é apenas uma delas. Hoje, por exemplo, há muitos profissionais requisitados para participar de projetos específicos, por tempo determinado. São bons no que fazem e chamados quando preciso.

Outra diversidade enorme é a de formações. Há demandas por uma infinidade de especialistas jamais vista. Uns com mais concorrência, outros com menos.

O mais importante é que, certamente, será bem-sucedido nesta nova era do trabalho aquele que encontrar a atividade que mais lhe der prazer em executar. Quem faz o que gosta, busca atualização e tem vontade, não fica sem trabalho.

A sua competência central é que o destaca dos demais. Pessoas assim têm a capacidade de encontrar soluções criativas para suas necessidades.

Dificuldades? Claro que todas as gerações as enfrentaram, mas podemos ter duas posturas diante delas: reclamar e se convencer de que nada do que fizermos nos tornará feliz; ou superá-las, buscando a felicidade naquilo que sabemos fazer de melhor.

Vale lembrar que, bem na sua origem, o significado do trabalho era produzir o bem-estar comum. O que os jovens, universitários e recém-formados, assim como os mais maduros devem refletir é quão distante estamos hoje daquele conceito inicial. Se colocarmos o foco no benefício que nossa atividade proporciona para a sociedade, não nos preocuparemos mais com termos como "carteira assinada", "cargo" como definição de trabalho.

Afinal, o trabalho surgiu como forma de libertação e não de sacrifício do ser humano. Se "penso e logo existo", também posso dizer que "trabalho, logo sou livre". Porque somos nós que conduzimos as nossas carreiras!

Autor: Vicky Bloch